Queridos amigos, gostaria de compartilhar com vocês uma parte do texto de um projeto educativo que desenvolvi, como um convite à reflexão sobre a conexão das abelhas com a biodiversidade, as questões socioeconômicas e políticas, a educação ambiental e a sustentabilidade…Boa leitura!
As abelhas são de extrema importância para a manutenção da vida no planeta, sendo responsáveis por grande parte da polinização de ecossistemas agrícolas e naturais. Contudo, esses insetos estão em um processo acelerado de desaparecimento. Uma forma de discutir este problema é a educação ambiental nas escolas, através da qual é possível criar valores e atitudes voltados à preservação e sustentabilidade.
Sem a colaboração das abelhas, muitas plantas deixam de produzir frutos e sementes, podendo, não só chegar à extinção, mas também comprometer a alimentação humana.
Estudos têm apontado para o desmatamento, a exploração predatória, as queimadas e o uso desenfreado de agroquímicos como sendo os principais incriminados no sumiço das abelhas.
O desaparecimento das abelhas (problema ambiental), pode contribuir com a escassez de alimento, que pode gerar fome, um grave problema social e de segurança alimentar e nutricional.
Nos últimos 50 anos, a agricultura global que depende da polinização de animais aumentou em 300% e a maior parte da comida do planeta hoje depende de polinizadores. As abelhas aumentam a quantidade e a qualidade dos frutos, agrega-lhes mais valor, sabor, doçura e forma mais atraente. Mesmo plantas que não dependem dessa ação, como a soja, ganham mais peso em seu grão se mais bem polinizadas.
A este ponto pode-se perceber a importância da polinização na manutenção da biodiversidade. Qualquer prejuízo nesse processo pode levar a graves consequências, dentre as quais, o comprometimento da segurança alimentar.
A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
À medida que a biodiversidade diminui, principalmente pela ação antrópica, o suprimento de alimentos torna-se mais vulnerável (sujeito à escassez ou inexistência), impactando a economia e a política de uma país, com reflexos diretos na sociedade.
Em última análise, o dano à biodiversidade afeta a capacidade geral do sistema agrícola de atender à demanda de alimentos; promove o risco de perda permanente ou temporária de acesso aos mesmos, seja por recursos financeiros, direitos ou outros conflitos internos, podendo influenciar, ainda, a qualidade nutricional.
A partir do panorama descrito, fica explícito que amenizar essa problemática exige mudança social, política e cultural, individual e coletiva.
Bibliografia consultada:
BRASIL. Presidência da República. LEI Nº 11.346, DE 15 DE SETEMBRO DE 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Disponível em: Lei nº 11.346 (planalto.gov.br)
e-CYCLE. Matérias: o que é segurança alimentar. 2021. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/8545-seguranca-alimentar.html#:~:text=A%20seguran%C3%A7a%20alimentar%20%C3%A9%20definida,suas%20necessidades%20diet%C3%A9ticas%20e%20prefer%C3%AAncias
LEITE, R. V. V.; VICENTE, J. P. C.; OLIVEIRA, T. F. F. N.; BARROS, P. K. S. O despertar para as abelhas: educação ambiental e contexto escolar. Disponível em: http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV056_MD1_SA10_ID8774_15082016113727.pdf
MEIRELLES FILHO, J. A revolução das abelhas sem ferrão. 2017. Disponível em: http://pagina22.com.br/2017/10/24/revolucao-das-abelhas-sem-ferrao/